2025
O GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente manifestou a sua total discordância com o projeto da Central Solar Fotovoltaica Sophia e com as Linhas de Muito Alta Tensão associadas, previstas para os concelhos do Fundão, Penamacor e Idanha-a-Nova.
O projeto, que prevê a instalação de cerca de 800 MW e a ocupação de mais de 400 hectares, gerou uma consulta pública sem precedentes, com mais de 10 mil participações, demonstrando uma contestação ampla e firme das populações e entidades locais.
Impactos ambientais irreversíveis
No parecer desfavorável agora emitido, o GEOTA exige que o projeto seja rejeitado, alertando para os impactos ambientais irreversíveis sobre habitats naturais, solos, linhas de água, biodiversidade e qualidade da paisagem.
A organização considera particularmente grave a criação de um verdadeiro “mar de vidro”, visível de aldeias históricas e zonas de montanha como Monsanto, bem como os efeitos dos 40 km de linhas elétricas previstas, que afetarão a fauna, a flora e a imagem da região.
Elevados riscos sociais e económicos
Para além do impacto ambiental, o GEOTA sublinha os efeitos sociais e económicos negativos numa região que tem investido fortemente no turismo de natureza e património cultural, setor crucial para a sua sustentabilidade futura.
“Este projeto é um exemplo paradigmático de como a transição energética não pode ser feita à custa da destruição de património natural protegido”, afirma Patrícia Latino Tavares, vice-presidente do GEOTA.
“O país comprometeu-se a proteger 30% do território e está a implementar um Plano de Restauro da Natureza. Avançar com uma central desta dimensão numa área bem preservada não faz sentido. Devemos começar por não destruir aquilo que temos de melhor - o património natural único da região Centro. As energias renováveis devem ser instaladas prioritariamente em áreas já edificadas ou degradadas, não em espaços de elevado valor ecológico e paisagístico”.
Projeto reduz aceitação social da transição energética
O GEOTA lembra que projetos megalómanos como este reduzem a aceitação social da transição energética e prejudicam a imagem pública da energia solar, fragilizando o seu crescimento sustentável em Portugal.
A organização ambiental defende uma visão estratégica e coerente para o ordenamento do território, onde a necessária expansão das energias renováveis não seja feita à custa da natureza, das comunidades locais e das áreas protegidas do país.
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